quarta-feira, 19 de maio de 2010

CCJ do Senado aprova projeto ficha limpa

Projeto tenta barrar candidatura de candidatos condenados pela justiça.
Texto seguirá para análise do plenário do Senado Federal.

Eduardo Bresciani Do G1, em Brasília


A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou nesta quarta-feira (19) o projeto ficha limpa. Com a decisão, o projeto fica pronto para votação no plenário. A oposição tenta uma manobra para permitir que a votação ocorra ainda nesta noite no plenário. O projeto é de iniciativa popular e começou a tramitar no Congresso em setembro do ano passado após receber mais de 1,6 milhão de assinaturas recolhidas pelo Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral. A Câmara concluiu a aprovação do projeto na semana passada.

Caso seja aprovado sem alterações pelo plenário do Senado, o projeto segue para sanção presidencial. Se for aprovado com alterações, o projeto volta para a Câmara.
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O texto aprovado na Câmara e mantido integralmente na CCJ do Senado pelo relator Demóstenes Torres (DEM-GO) proíbe por oito anos a candidatura de políticos condenados na justiça em decisão colegiada, mesmo que o trâmite do processo não tenha sido concluído no Judiciário. Este tipo de decisão colegiada acontece geralmente na segunda instância ou no caso de pessoas com foro privilegiado.

O projeto prevê ainda a possibilidade de um recurso a um órgão colegiado superior para garantir a candidatura. Caso seja concedida a permissão para a candidatura, o processo contra o político ganharia prioridade para a tramitação.

O texto em tramitação é mais flexível do que o proposto pelo movimento. A idéia inicial era proibir a candidatura de todos os condenados em primeira instância. Atualmente, só políticos condenados em última instância, o chamado trânsito em julgado, são impedidos de disputar.

A votação aconteceu de forma acelerada na CCJ depois de um recuo do líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR). Na semana passada ele chegou a dizer que o Senado não decidiria o tema sob pressão. Nesta semana, ele mudou o discurso e defendeu a votação com urgência, mas cobrou da oposição que antes sejam votados os projetos do pré-sal, que têm urgência constitucional e trancam a pauta da Casa junto com medidas provisórias. Jucá disse ter alterações ao projeto, mas em virtude do apelo para a votação rápida, ele pretende que um novo projeto faça as mudanças que que julga necessárias.

A oposição tenta desvincular a discussão do pré-sal do debate sobre o ficha limpa. Para isso, foi protocolada uma questão de ordem junto à Mesa do Senado para que se permita a votação do projeto ficha limpa em uma sessão extraordinária mesmo com a pauta trancada. A Câmara já procede desta forma permitindo votações em sessão extraordinária de alguns tipos de projetos.

O Movimento pressiona para a rápida aprovação porque deseja a aplicação ainda nestas eleições. O entendimento do MCCE é que a aplicação poderia acontecer para as eleições de outubro se o projeto for sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva até 9 de junho. Existem dúvidas, no entanto, sobre essa possibilidade e a decisão sobre a aplicação caberá ao poder Judiciário. Uma consulta feita pelo líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) já pergunta sobre a possibilidade de aplicação imediata.

Fonte: G1

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