quinta-feira, 27 de maio de 2010

Comissão de Ética aprova cassação de mandato da deputada da bolsa



Do G1, em Brasília



Processo ainda depende de aprovação da CCJ e do plenário da Casa.
A deputada nega as acusações e disse que recorrerá da decisão na Justiça.

A Comissão de Ética da Câmara Legislativa do Distrito Federal aprovou pedido de cassação do mandato da deputada distrital Eurides Brito (PMDB). Ela é suspeita de envolvimento no suposto esquema de pagamento de propina no governo do DF, o chamado mensalão do DEM. Ela ficou conhecida por aparecer em vídeos do escândalo supostamente guardando maços de dinheiro na bolsa (veja vídeo ao lado).

O pedido de cassação foi aprovado com base no relatório da deputada Érika Kokay (PT). Segundo o relatório, Eurides Brito deve perder o mandato porque teria participado de formação de quadrilha e recebido dinheiro ilícito, proveniente de um esquema de corrupção. Eurides nega as acusações e diz que foi líder do governo na gestão de José Roberto Arruda somente por um ano.

Eurides disse que vai entrar na Justiça contra a decisão porque a deputada Érika Kokay não utilizou em seu relatório o depoimento sigiloso de Durval Barbosa, o delator do escândalo, à Comissão de Ética. Para Eurides, a relatora fez isso de má-fé, para proteger o próprio partido, uma vez que Durval fez insinuações contra o PT. “Eu quero ganhar e vou ganhar por falta de provas”, disse.
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Érika Kokay explicou que o depoimento de Durval Barbosa à Comissão de Ética faz parte do processo, mas ela optou por usar os depoimentos prestados por ele à Polícia Federal e ao Ministério Público. Segundo Érika Kokay, Eurides está tentando mudar o foco da discussão, porque não apresentou elementos consistentes de defesa. Érika Kokay também disse que se a deputada afastada entrar na Justiça contra ela, ela fará o mesmo.

Tramitação

O pedido de cassação segue para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), onde deverá ser apreciado em um prazo de cinco sessões. Caso seja aprovado, será votado no Plenário da Casa. A deputada negou que vá renunciar e disse que enfrentará o processo até o final. “Eu não renuncio. Eu vou ser como comandante de navio: ou levo o navio ao porto ou então, se o navio afundar, eu afundo junto. E a vida, pra mim, não acaba”, afirmou.

Eurides Brito, que está afastada do cargo por decisão da Justiça, admitiu que deve perder na CCJ, mas não arrisca como será a votação no Plenário. Aos 73 anos, deu por encerrada a carreira política, seja qual for o resultado do processo por quebra de decoro parlamentar. "Já era meu último mandato. Isso não me importa: terminar mandato, não terminar mandato. Importa-me terminar a minha vergonha", disse a deputada.

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